VOZ
Era uma voz que doía
Mas ensinava.
Descobria
Mal o seu timbre se ouvia
No silêncio que escutava.
Paraísos, não havia.
Purgatórios, não mostrava.
Limbos, sim, é que dizia
Que os sentia,
Pesados de covardia
Lá na terra onde morava.
E morava neste mundo
Aquela voz.
Morava mesmo no fundo
Dum poço dentro de nós.
Libertação / Líricas Portuguesas. 2.ª Série
(edição de Cabral do Nascimento)
segunda-feira, setembro 03, 2007
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