quarta-feira, abril 25, 2007

O 25 de Abril que me interessa

é o dos que obedeceram ao imperativo da honra e da dignidade, o dos que se não serviram, não enganaram, o dos que foram ostracizados pela nova cáfila dos homúnculos públicos, o dos que nos enobreceram como nação pelo exemplo e pelo talento.




Não esqueçamos que o país de Abril recusou uma pensão ao gravemente doente Salgueiro Maia ao mesmo tempo que concedia outras a pides.
Não esqueçamos que só temos imagens decentes gravadas de José Afonso, embora já diminuído pela doença que o vitimaria, quando deram a entender aos responsáveis da RTP de então que o concerto do Coliseu seria certamente o último; e que para a História ficariam apenas fragmentos mal captados do maior nome da música popular portuguesa, de alguém que recriou o nosso modo de ouvir, e que tem para o cancioneiro contemporâneo de Portugal significado idêntico ao de Tom Jobim na música popular brasileira.
É este o 25 de Abril que me importa.