CÉU ABERTO
Diz-se
que em certas noites
dorme no monte junto ao cavalo;
que bebe muito e cai pela terra
em redondo o pensamento,
que a sua cama não tem lençóis
e que a suportam quatro tijolos;
que nunca lava as escadas
e que nunca lava a roupa
embora permaneça preso ao ribeiro
muito depois
de as mulheres terem partido.
As árvores, que se saiba,
não se lavam
e dormem ao relento
encostadas ao cavalo do estio
(se assim não fosse não amaria
o que já não seriam árvores).
Berçário
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2 comentários:
Não conhecia este poeta. Muito bonito, o poema.
País de poetas, diz o lugar-comum; mas país de bons poetas, que se sucedem a cada geração.
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