quarta-feira, junho 07, 2006

Antologia Improvável #137 - Ed. Bramão de Almeida (2)

AMOR-METEORO

Encontrei-a no cais, ao embarcar,
E, após um curto olhar retribuído,
Tão preso me senti, tão seduzido,
Que até como isto foi nem sei contar.

Só sei que agradeceu o meu olhar
Com outro mais gentil e enternecido,
E que fiquei em terra possuído
De um ódio torvo e estranho contra o mar.

Não mais em minha face inconsolável
Demorará seus olhos de veludo!
Não mais aquele instante inolvidável!

Um protesto de amor ardente e mudo,
Um sorriso, uma dor incomportável,
Um triste volver de olhos... e foi tudo.

Maré Alta

2 comentários:

João Villalobos disse...

Isto é que é um soneto!

Ricardo António Alves disse...

Nem mais!