O INDIFERENTE
Ao Poeta Luís Edmundo, no dia da nossa
visita ao Salão La Case, no Louvre.
Les donneurs de sérénades
Et les belles écouteuses
Échangent des propos fades...
Watteau-Verlaine-Samain
Fêtes Galantes
No azulor do silêncio o parque se edulcora...
Luarizam-se os cetins, afinando os corpetes...
Desprendem-se os roclós, soltam-se os manteletes...
Sons de viola de amor, mandolina ou mandora...
Vinhos de Asti e Tokay... Granadinas de Angora...
Confeitilhos. Bombons. Caramelos. Sorvetes.
Ruge-ruges... A ouvir-lhe o flautim dos falsetes,
Da canção de Damis Climène se enamora...
Ré... mi... sol... si... lá... lá... Afectadas, fictícias,
Fluidicamente, as mãos arpejam as carícias...
-- Ui! que frívola eu sou! -- Oh! tão frágil não és...
E o indiferente, a sós, na pelúcia da brisa,
Violeta azul que em tons de opala se arcoirisa,
Gracilmente desfolha o coração de Agnès!
Schahrazade / Poesias Completas
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