-- O nome de «presença» é um achado. [...] Como lhe ocorreu esse nome, que é a mais bela síntese, que conheço, de um programa tão vasto?
-- [...] Encontrei-o por intuição, digamos [...] uma ideia latente em quase todos os presencistas [...] ela me parece obedecer a uma noção da vida nas suas relações com o tempo, segundo a qual a consciência de existir, na maior plenitude, nos é dada pelo momento presente que vivermos em intensidade. Só esse valerá para a aspiração de eternidade que não abandona o homem, porque será antecipação, futuro já, por conseguinte. Aquele futuro de que o homem não se pode desprender por estar na raiz do seu próprio instinto de conservação, e que é desejo obscuro de continuar.
In João de Brito Câmara, O Modernismo em Portugal (Entrevista com Edmundo de Bettencourt)
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