JUDAS ISCARIOTES
Desta árvore
a humanidade pende
calada.
Pende a teia
e sua lavra.
Pende a negra aranha
dos dinheiros.
Pende o beijo.
Pende o escárnio
a delecção
como um broto
esvaído no ramo.
Pende a vida
que escolhi
e está suspensa
entre os dias e mim.
E o amor perenemente
penso
neste recado a ti:
Também sou preso
na mesma cruz.
Mas não ressuscitei.
Os Viventes / Antologia Poética
(edição de António Osório)
sábado, abril 08, 2006
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