terça-feira, abril 25, 2006

25 de Abril

Posted by Picasa

...é que nesse dia, o país começou a
viver

7 comentários:

addiragram disse...

Começámos todos a respirar!

Paulo Cunha Porto disse...

...mal.

Ricardo António Alves disse...

Sim, meu caro, porque até então o país vivia bem, apesar de
a) sermos o país mais atrasado da Europa;
b) termos um governo infame que se socorria da infame pide (e dos infames bufos espalhados pelo rico país) e da insultuosa censura para governar;
c) termos uma guerra colonial criminosa...
Tu agora podes dizer mal do 25A, embora com isso a voz não te fique mais forte -- como dizia o Eça ao Oliveira Martins --, não vais dentro por fazê-lo. Não sendo nós, infelizmente, nem Eça nem Oliveira, sempre te vou lembrando as palavras daquele ao amigo e interlocutor: «a democracia a du bon».

Paulo Cunha Porto disse...

Quando Salazar chegou ao poder éramos o mais adiantado... E hoje idem, como ainda ontem foi comprovado pelas estatísticas que nos dão o último lugar da UE...

Como quer alguém que conspira para destruir um regime que o regime se não defenda? Se houvesse desportivismo, deveria aceitar que aquele o destruísse. Nada disso se passou. Era a contenção dos «safanões dados a tempo», por muito que aqueles que passaram por eles se possam ter sentido incomodados. Mas ser revolucionário tem de ser ofício perigoso, ou não vale nada...

Digo por dentro e por fora. Não moverei um dedo contra este horror em que vivemos, apesar de ter bem a noção de que criticar o Estado Novo raia o crime e dizer as verdades contra o abrilismo desconsolante é prezar a verdade. Se as pessoas querem viver nisto, que lhes faça muito bom proveito. Eu vivo bem em qualquer sistema. Não podem é querer que cale o desgosto de ver o meu País reduzido ao que está. Isso, só morto.
E deixa-me dizer-Te que falar contra o regime anterior muita gente falou e nada lhe sucedeu por isso. Genericamente, só os comunistas e associados é que sofreram. Porque eram os únicos perigosos, organizados e com actuação coerente. Fica descansado, eu nunca me organizarei. Mas tenho a certeza de que, se algum dia sentirem o perigo, os herdeiros de Abril farão muito pior do que a PIDE, como comprovam os teus amigos americanos hoje e os meus, britânicos, no fim da 2ª Guerra Mundial, com comunistas e nazis, a um tempo.
Ab.

Ricardo António Alves disse...

Meu caro, telegraficamente:
1) digamos que quando o Salazas chegou ao poder estávamos no magdalenense e quando o deixou ficámos no aurinhaco-perigordense ... Magro resultado para quem esteve quarenta anos no poder, à rédea solta (isto é: pides & bufos, mai-la censura).
2) Vai falar nos tabefes aos tipos que estiveram no Aljube, Tarrafal, Peniche, Caxias, só para me referir a quatro motivos de orgulho do Estado Novo...
3) O abrilismo permite-te dizer o que dizes, com chalaça, valha a verdade, mas podes dizê-lo. Eu se dissesse um terço estava no olho da rua, para começar; e só não iria dentro porque não tinha como dizê-lo, «genericamente».
4) Também «genericamente» não eram só os comunistas que eram perseguidos e presos; devias antes dizer que a esses estavam reservados os melhores mimos da tortura. Lembro-te só a figura veneranda de Jaime Cortesão, que valia 50 salazares, preso um ano antes da morte. Aliás, por falar em Jaime Cortesão, o salazarismo nem sequer se dava ao respeito: vai ver o que lhe aconteceu quando, amnistiado, regressou a Portugal em 1940; ou vê o que sucedeu ao Lopes-Graça após ter obtido o primeiro lugar para a docência no Conservatório...
5)Oh, a democracia, com todos os seus defeitos, a facilidade para a demagogia, que eu também detesto, tem, entre outros, o grande mérito de permitir liberdade, inclusivamente aos seus detractores.Nada temas, portanto...

Paulo Cunha Porto disse...

Por Amor de Deus, quer dizer que todos esses grandes vultos oposicionistas queriam fazer oposição e ser funcionários do Estado? Comer as sopas de quem desprezavam? Céus!
E nunca leste certos jornais oposicionistas. A tenebrosa censura entretinha-se a cortar as alusões ao corte dos fatos dos ministros e deixava passar a pior das propagandas subversivas.
E não fazes ideia da diferença entre 1929 e 1968. Eram países muito mais diversos do que o de 1974 para hoje, apesar das massas da CEE e da rédea solta aos arrivistas.
Quanto aos safanões aos perigosos - os comunistas e afins, não o reviralho republicano, volto ao ponto, quem faz por destruir deve agradecer de mãos postas tudo o que seja menos que destruição.

Ricardo António Alves disse...

És um brincalhão!...