Trazias paveias nos braços,
correndo na verde campina:
Os pássaros nelas poisavam
e leves, esvoaçavam,
beijando teu corpo, menina.
Trazias paveias nos braços
e julgavam que era pão:
Os pássaros nelas poisavam
e, alegres, depenicavam
o que parecia ser grão.
Seguiam-te os segadores
com foices de lua fria.
Inda não se acabara o dia
mas sustavam seus labores.
Céres, na colina, sorria
e seu rosto contemplava
o que, olhando, abençoava.
Grácil, a ribeira corria
e os plátanos procurava,
ciosa da sombra fria
pra da terra não ser escrava.
Correndo na verde campina
tua nudez se mostrava
-- que o teu corpo de menina
só de tranças se tapava...
Seguiam-te os segadores
e os pássaros se assustavam,
vendo já calosas mãos
nos seios em que poisavam.
Trazias paveias nos braços
e julgavam que era pão...
As paveias eram verdes:
Ficaram esquecidas, no chão.
Lodo e Sangue
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário