Abencerragem

terça-feira, dezembro 13, 2005

De um lado, a assunção de uma vontade, quase de um destino; um pensamento sobre o país, em relação ao qual nos podemos sentir mais ou menos próximos; do outro, slogans, tacticismo, provocação(zinha), dissimulação, demagogia.

3 comentários:

João Villalobos disse...: Fico baralhado. Seguindo a lógica do texto, como soe fazer-se, da esquerda para a direita, o demagógico será o Alegre. No entanto e dados os teus posts anteriores, parece-me que queres dizer o contrário. Am I right?; 9:58 da manhã
Ricardo António Alves disse...: Ó pá, não ficas nada, nem que a foto estivesse de pernas pró ar... De um lado uma biografia, do outro qualquer coisa entre um percurso e uma carreira política, ou coisa assim. Eu gosto sempre de dizer os nomes, mas é preciso?; 12:46 da tarde
João Villalobos disse...: Pronto está bem. Confesso que era um comentário provocador, aproveitando uma minudência insignificante. Para hoje há noite, afiam-se as facas e penduram-se os guardanapos ao pescoço.; 1:13 da tarde

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A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.