Abencerragem: CascaEs

quarta-feira, novembro 16, 2005

CascaEs

4 comentários:

João Villalobos disse...: Oh pá, isto arrasta-me para uma espiral nostálgica de quando adolescentes andávamos por estas rochas no Inverno, cachimbando e discutindo o sentido da vida. Ou quando levava os meus irmãos mais novos numa perigosa viagem junto às ondas, da praia de St.Marta até ao marégrafo :).; 10:45 da manhã
Ricardo António Alves disse...: Agora lembraste-me as evocações do Cenáculo feitas pelo Eça, quando andavam todos atrás da Ideia...
As minhas rochas estavam mais no Tamariz, mas tenho uma ligação física a este espaço: a poucos metros daqui, na Rua da Bela Vista, situa-se a casa dos meus Bisavós, onde nasceu a minha Mãe...; 12:46 da tarde
João Villalobos disse...: Hem? Há duas com o mesmo nome? A rua da bela vista que conheço é uma que fica acima do jardim visconde da luz...; 11:02 da tarde
Ricardo António Alves disse...: Eh pá, é essa... 200 metros não são lá muitos...; 12:36 da tarde

A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.

M. Teixeira-Gomes (1860-1941)