Tenho na vida tão poucas coisas que me aflijam, que um dos meus maiores pesares é saber que alguns destes campos estão condenados a servir de terrenos para edificações. No que está situado mais perto da cidade vi, durante várias semanas, um tão grande número de carrinhos de mão, que cheguei, na verdade, a pensar que toda a terra, até a uma profundidade de dezoito polegadas pelo menos, ia ser transportada para outro ponto. Em diferentes sítios do terreno condenado encontram-se amontoadas imensas pilhas triangulares de pranchas, e um pequeno bosque que lhe fica na borda oriental acaba agora mesmo de receber a sua condenação à morte, anunciada por uma estranha pintura a branco nos respectivos troncos: as árvores devem dar lugar a um grupo de chaminés.
O Espelho da Tia Margarida
(tradução de José Marinho)
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