segunda-feira, novembro 23, 2009

O meu Estoril Film Festival -- de A a T (5)

Cornish, Abbie - Uma revelação, para mim, em «Bright Star»*. Do melhor que vi este ano. Comparável, só duas Kate Winslet em outros tantos filmes... Abbie Cornish impregna-se de Fanny Brawne, de quem se sabe pouco. Ou será o contrário?


Crash, de David Cronenberg, Canadá / Reino Unido, 1996 («Retrospectiva David Cronenberg»). Só agora vi este filme espantoso. O fetiche que passa os limites, levado às últimas consequências, mostra o pessimismo ontológico de Cronenberg: somos capazes de tudo, se deixarmos os instintos à solta. Isto é, do pior. Eu, pessimista que sou, tento consolar-me pensando que é possível uma perspectiva alternativa: seremos (alguns de nós) também capazes do melhor -- nalguns casos, daquilo que, bem ou mal se designa por "santidade"...

Cronenberg, David - Por detrás deste ar de serial killer, oculta-se o mais simpático dos homens. Pelo menos foi o que me pareceu, ao longe e míope, no auditório do Centro de Congressos do Estoril. (Tenho pena de não ter tomado nota de algumas das suas intervenções para postar aqui, mas não me ocorreu na altura -- e também não quero arriscar a citar de memória).
É curioso: antes desta retrospectiva que lhe foi consagrada, eu tinha a noção de ter visto mais filmes seus do que efectivamente sucedera até aí. Afinal, só conhecia «The Fly» e «A History of Violence» -- superlativos, qualquer um. Aproveitei para me pôr em dia com «Fast Company»*, «Crash»*, «Eastern Promisses»* e «The Spider»*.

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Excelente, RAA!
Gostei muito de o ler, e estou de acordo consigo quanto à extraordinária Abbie Cornish. Algo dela fica ainda connosco, depois de a vermos no filme.

Quanto ao Cronenberg, a pena que eu tenho de não o ter visto pessoalmente! Mas, enfim, conheço diversos filmes dele, e os que me falta ver, vou pôr em dia com os dvd's.

Crash é um filme impressionante. Talvez porque o que de "malévolo" possa existir em nós, humanos, fique ali exposto com uma implacabilidade fora do comum. Também eu, tantas vezes pessimista, interpelada pelo filme (daí a sua excelência, parece-me), sinto que para alguns poderá estar reservada uma outra dimensão onde a "bondade" impere.

P.S. - Sim, acredito que ele seja mesmo muito simpático :))

Um abraço e obrigada pela partilha.

Ricardo António Alves disse...

Obrigado eu, Ana Paula :)
Um abraço, também.