NO CAIS
Há vibrações metálicas chispando
Nas sossegadas águas da baía.
Gaivotas brancas vão e vêm, bicando
Os peixes numa louca gritaria.
Escurece. Do largo vão chegando
As velas com a farta pescaria.
As bóias põem no mar um choro brando
De luzes a cantar em romaria.
E entretanto no cais as lidas crescem.
Arcos voltaicos súbito amanhecem,
A alumiar guindastes e traineiras...
E ouve-se então, mais forte, mais vibrante,
Os pretos a cantar, noite adiante,
Por entre a bulha e o pó das carvoeiras...
Sonetos / No Reino de Caliban III
(edição de Manuel Ferreira)
nas palavras dos outros
-
*(Nogueira de Brito*) *«O* que caracteriza a literatura de Ferreira de
Castro é a incidência do bom gosto estético na observação filosófica dos
factos e ...
Há 9 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário