domingo, novembro 29, 2009

Antologia Improvável #410 - Antero Abreu

UMA CANÇÃO DA PRIMAVERA


Nesta flor sem fruto que aspiramos
Eu vejo coisas que ninguém descobre:
Descubro o grão, o caule, os ramos,
E até o sulfato de cobre.


E ainda vejo o que ninguém mais vê:
Vejo a flor a desenhar-se em fruto.
E quer ela o dê, quer não dê,
É esse o fim por que luto.


Coimbra, 24.XI.949

No Reino de Caliban II
(edição de Manuel Ferreira)

2 comentários:

Ricardo António Alves disse...

Ora essa, que seca!?)

Ricardo António Alves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.