domingo, dezembro 28, 2008

caderninho

Se queres fazer progressos, evita juízos como estes: «se negligenciar os meus afazeres, não terei com que viver»; «se não castigar o meu escravo, tornar-se-á insolente.» Em verdade, é melhor morrer de fome, sem cuidados e sem medos, do que viver rodeado de riquezas mas perturbado. Bem assim, é preferível o teu escravo ser insolente a viveres tu próprio na infelicidade.

Posto isto, começa pelas coisas mais pequenas. O teu óleo foi derramado, o teu vinho carrascão foi roubado? Diz para ti mesmo: «é este o preço da tranquilidade e da paz de espírito.» Gratuitamente nada se consegue. E quando chamares o teu escravo, pensa que poderá não te obedecer ou que, se o fizer, poderá nada fazer do que pretendes. Mas não é ele tão importante que dele dependa a tua paz de espírito. Epicteto

A Arte de Viver (tradução de Carlos A. Martins de Jesus)

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Epicteto era terrível quanto a conselhos perturbadores. :) Aparentemente.

Da perturbação transitória pode alcançar-se a real tranquilidade...

Claro, gosto muito de ler Epicteto. Filosofia, enfimmm...

Quero também desejar-lhe um excelente 2009! Sempre com o Abencerragem :)

Ricardo António Alves disse...

Sempre em catharsis, Ana Paula!)
Um bom ano também para si e os seus.