O "TIO VICENTE"
O «tio Vicente» colocou a albarda
No burro e lá vão ambos, praça em praça;
Ele vergando ao peso da desgraça,
E o burro ao da nabiça e da lombarda.
Igual destino o burro e o dono aguarda
Como se fossem ambos de igual raça;
Os trabalhos que um sofre o outro passa
Desde que rompe o dia a hora tarda.
As mesmas horas em dormir consomem,
Bate-os o mesmo sol, o mesmo vento,
Com ânsia igual, às mesmas horas comem...
Meu Deus! Talvez eu erre o pensamento;
Mas do que vale a um triste nascer homem,
Se leva vida igual à dum jumento?
Sonetos
uma entrevista a Assis Esperança, por Igrejas Caeiro
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A primeira vez que oiço a sua voz. Está mal datada: não pode ser de 1954,
pois há referência a *Trinta Dinheiros *(1958) e alusões ao futuro romance,
ain...
Há 3 horas
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