Nas costas de Spínola, cerraram o portão do quartel. Os minutos correram nervosos. E já, novamente, o mesmo portão se abre: vê-se agora, no túnel, o Marcelo, prisioneiro, entrar no carro de combate. Ouvem-se vaias, maldições. Chovem cuspidelas para a carapaça do blindado que rompe por entre a multidão. No interior do veículo, o Marcelo vai verde, leva o rosto destruído, vê-se-lhe nos olhos que não entende ainda o que acontece agora-agora e já é página da História; o ditador mostra uma carantonha siderada de um verde eterno, como as fardas da sua apalhaçada Mocidade Portuguesa.
A Minha Quinta-Feira 25 de Abril
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