segunda-feira, setembro 18, 2006

I'm a poor lonesome cowboy...

Posted by Picasa Estou há largas semanas para assinalar aqui a edição histórica dos quatro primeiros álbuns de Lucky Luke, até agora inéditos em Portugal: A Mina de Ouro de Dick Digger, Rodeo, Arizona e Sob o Céu do Oeste. Algumas destas estórias foram, no entanto, publicadas entre nós por Adolfo Simões Müller, mas em revista, no mítico Cavaleiro Andante.
Pela imagem junta vemos o cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra com traços ainda muito incipientes, traços que espelham uma grande influência dos desenhadores da Disney. Jolly Jumper, que com o seu dono aparece logo em «Arizona» (1947), nas páginas da revista Spirou, era ainda e só um intrépido cavalo...
Morris foi injustamente menosprezado, quando confrontado com o magnífico René Goscinny, autor dos argumentos a partir de certa altura; menosprezo que é injusto, sabem-no aqueles que como eu estão na casa dos 40 anos e puderam apreciar as narrativas impressas entre nós pela velha Editorial Íbis, dando-nos a conhecer a mestria da abordagem humorística do excelente belga à tradição do Oeste americano, como sucedeu com as figuras dos Dalton (Fora da Lei, Os Primos Dalton) e Roy Bean (O Juiz), que nada ficam a dever ao melhor Lucky Luke da parceria estabelecida com Goscinny. Este, genial, com um humor finíssimo -- o mesmo que lemos em Astérix --, viria a potenciar todo o material já existente; mas todo o espírito da série é devido ao seu criador. O pós-Goscinny conheceu, é verdade, altos e baixos, mas começa e termina com dois picos assinaláveis desta nova fase: O Esconderijo dos Dalton (Morris de novo a solo) e O Profeta (com argumento de Patrick Nordmann).
O que me interessa agora, porém, é dar quatro tiros de Colt 45 para o ar, um por cada título com a chancela das Edições Asa, que assim dão a conhecer ao público português as primícias de Maurice de Bevere (Morris) e da sua imortal criatura, cujo cavalo velocíssimo revelava uma inacreditavel lentidão a jogar xadrez...

4 comentários:

Aldina Duarte disse...

O menosprezo nestes casos é sempre uma aberração com prazo de validade!

Até sempre!

Paulo Cunha Porto disse...

Camarada:
São excelentes, embora o meu preferido de toda a saga seja «O Pezinho-Mole».
Abraço.
PS: esta devia ir no outro blogue, mas vai mesmo aqui: vi umas declarações da Amália Rodrigues a dizerem que era amicíssima do Castro. Em «AS PALAVRAS DOS OUTROS», de Baptista-Bastos. Tem-las presentes, claro?

Paulo Ferrero disse...

O Lucky Luke é soberbo, e tenho saudade daquele pijama de 1969, em que metade da camisola da parte da frente era ele de pé de pistolas em punho. Que aconteceu contigo, sumiste? Abr.

Ricardo António Alves disse...

É isso mesmo, Aldina!

Esplêndido, Paulo (CP). Não sabia por essa via, embora soubesse da cordialidade existente através da correspondência. Abraço.

Eu ainda cá tenho um teepee cheio de bonecos estampados do Lucky Luke e dos índios do «Canyon Apache», que a minha Avó me deu, em 1974 (éramos nós vizinhos, meu caro Paulo (Ferrero)). Hoje vou visitar-te. Abraço.