Na História não há culpados, há vencedores e vencidos, povos ou grupos sociais esmagados e outros que constroem as vitoriosas interpretações futuras. Na segunda metade do século XVIII, jogava-se em Portugal um jogo de pólos opostos com um imenso vazio no centro. Este vazio ou esta ausência chamava-se Europa e o seu progresso económico, científico e filosófico. A violência, o extremismo e o vanguardismo de Estado de Pombal medem-se pela intensidade por que tentou, em menos de trinta anos, preencher solidamente este vazio, tornando Portugal menos Portugal e mais europeu. [...] Não o conseguiu, não porque as medidas estivessem erradas, mas porque a violência por que as aplicou criou tanto um deserto em redor do Estado, de que tudo dependia, quanto um campo concentracionário de quase dois mil presos e exilados.
O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa
sexta-feira, setembro 15, 2006
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