Tinham andado à azeitona todo o santo dia, e estavam a cear, de ranchada, em casa do amo. Prosseguiu a conversa em grande galhofa enquanto durou o caldo, e enquanto, depois do caldo, comeram as batatas guisadas. Era na cozinha, a grande cozinha escura do lavrador -- com o lume a arder além, o armário acantoado acolá, ali a cantareira, além a boca do forno, a masseira logo ao pé, a banca daquela banda, onde a moça, mais a ama, despachavam as refeições, e em cima, pingando, as varas do fumeiro. A um lado, ao pé da porta que dava saída para o quintal, as azeitoneiras comiam, alumiadas por uma candeia.
«Luzia»,
Antologia do Conto Português
3 comentários:
como eu gosto deste estilo :).
humaniza
Gostei muito; linkei. Espero q não se importe.
Cumprimentos.
É, em certos momentos acolhedor, Maria.
Eu é que agradeço o interesse. Cumprimentos para si também.
Enviar um comentário