Nunca as pompas da realeza e os cerimoniais da corte captaram a predilecção dos seus gostos simples. A sua casa do Vidigal, que ele mesmo edificou e em cujo retiro rural tanto se comprazia, em nada se diferença da de qualquer mediano lavrador alentejano. Aí frugalmente se alimentava da rude cozinha local, e habitualmente vestia, como os seus abegões, a jaqueta de burel e os ceifões de pele de borrego, podendo dizer na língua chã, predilecta do fundador da sua dinastia: -- «A mim todo o alimento me sustenta, todo o pano me cobre, toda a roupa me serve.»
Rei D. Carlos o Martyrisado
3 comentários:
conheço pouco deste senhor. mas do que li, acho-o admirável. gosto da sua escrita ilustrativa, estou-me a lembrar de um certo conto de natal
Viva Maria! Toda aquela geração foi admirável, uns mais do que outros, naturalmente. Por acaso, o Ramalho não é um dos meus eleitos, mas, claro, é uma figura!
viva! não sei muito dessa geração, tenho ideia de que eram todos bastante peculiares e dotados de espírito crítico. O Ramalho diverte-me intelectualmente, qualquer coisa como isso
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