quarta-feira, julho 23, 2025

a carta dos 25 é insuficiente e tardia; o embaixador americano em Israel até a classificou como nojenta

Exceptuando os países da lista que já reconheceram a Palestina como estado (dos 25, creio que apenas a Eslovénia e a Irlanda), os restantes, incluindo Portugal -- talvez tentando amainar um pouco as respectivas opiniões públicas, ultrajadas com a selvajaria do estado israelita, lá resolveram exigir os mínimos, embora demasiado tarde e a más horas. A Alemanha, a pátria do nazismo e do Holocausto, ficou obviamente de fora -- o que até é compreensível: ainda estão vivos alguns milhares de vítimas, e de carrascos também.

A desqualificação moral do Ocidente é repugnante. O embaixador americano em Israel diz que o "apelo" de 25 países é "nojento" -- o que é bem feito para boa parte deles. 

A existência do estado de Israel é mais precária cada vez que sua acção faz evocar os carrascos hitlerianos. Não é ainda o caso, e creio que nunca será. No entanto, brutalidade, selvajaria, desumanidade, violência, racismo, crime não precisam nunca de chegar ao último patamar do nazismo para eximir de qualquer forma a falha moral de Israel, dos seus governos, e sim, dos cidadãos que os apoiaram. Porque não foi só a OLP que reconheceu taxativamente o direito de Israel existir; o próprio Hamas, em tempo, deixou a porta aberta para um entendimento sobre o status quo. Onde isso já vai...

E nunca esquecer o papel do criminoso Netanyahu: este e os outros conflitos existem apenas porque precisa de salvar o coiro; para tal, tem de manter-se no poder; para tal, precisa de crise e guerra permanente o que lhe proporciona o apoio dos lunáticos perigosos ultra-religiosos, que, obviamente, se aproveitam da situação para  levar a sua avante, e Netanyahu aproveita-se dela também. Por isso mesmo, sabendo dos ataques do 7 de Outubro, avisado pelo Egipto e pelos Estados Unidos fez-se desentendido: o caminho para Gaza (e Cisjordânia), a limpeza étnica e o genocídio tinham via verde; e de caminho o julgamento por corrupção passava a ser inoportuno. 

Não há desculpa para para a passividade de muitos países nem para o silêncio cúmplice da União Europeia.

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