sábado, setembro 07, 2019

olha, gostei de ouvir o André Silva,

em especial pela crítica final que faz ao Costa: barragens, que vão encher os bolsos à EDP e à Iberdrola, lixando os  rios selvagens; incentivo à extracção de minério (deve referir-se ao lítio, não sei se a outros). a agricultura intensiva (também foi boa aquela de ser a cap quem manda no ministério da Agricultura); e esqueceu-se (ou não teve tempo) de falar no projectado aeroporto e ampliação do Humberto Delgado. Dinheiro, crescimento económico, ou seja:  destruição, desertificação, hipoteca da qualidade de vida dos vindouros. Mas quem quer saber de quem andará por cá daqui a cinquenta anos?

4 comentários:

Jaime Santos disse...

Como eu disse aqui atrasado, faz falta um discurso genuinamente ecologista em Portugal, em lugar daquele que é simplesmente verde por fora e vermelho por dentro (refiro-me aos Verdes, que provavelmente não elegeriam ninguém se não concorressem nas listas do PCP, a fazer de conta que são uma coligação).

Já quanto à questão do desenvolvimento, ninguém quererá daqui a 50 anos andar a usar os mesmos equipamentos de hoje, que têm 50 anos ou mais, tenho a certeza.

E quero ver quantos ecologistas não passam sem o smart-phone :-) ...

As nossas Economias estão a tornar-se menos intensivas no uso da Energia e parece que não tem tudo que ver com a transferência das Indústrias para o Extremo-Oriente, ver aqui: https://physicsworld.com/a/in-praise-of-energy-saving-and-cutting-demand/, mas continuaremos a necessitar de capacidade de geração elétrica.

As alternativas são o carvão, que gera CO2 e polui largas áreas com a sua extração, ou o gás que também emite CO2 e é caro, ou o nuclear que nos deixa com resíduos para lidar durante centenas de milhares de anos (a fusão nuclear não, mas para já é uma quimera)...

Relativamente à Economia Extrativa, é verdade que os Países têm tendência a arrepender-se dela, mas há exceções, como a Noruega. Será que saberemos seguir os bons exemplos?

Quanto ao aeroporto, inteiramente de acordo. Aliás, parece-me que o crescimento do tráfego aéreo será de pouca dura. Tarde ou cedo, a crise climática imporá uma redução do seu volume...

R. disse...

Pois é, em ecologia, tivemos o PPM, monárquico; o PEV, melancia; o Livre, tudo e mais o resto; o PAN acaba por ser o primeiro a integrar os verdes europeus. Pode ser que lhe faça bem.
Daqui a 50 anos, quererei um equipamento eficaz para me aspirar as cinzas...
Se há excepções, ainda bem. Saber segui-los, impossível. Não ouviu ontem a inconsciência míope do Costa?
Quando chegarmos à redução do tráfego aéreo será quando já não houver remédio, não tenho grandes ilusões.

Jaime Santos disse...

Refere-se às suas, imagino :-) ? Nisso secundo-o, porque duvido que chegue aos 100.

Mas olhe que o 'no longo prazo estamos todos mortos' de Keynes é um excelente argumento para não se fazer nada...

R. disse...

É preciso o optimismo da vontade para distrair o pessimismo da razão. Estarei mais optimista quando vir o povo da Margem Sul, e não só, a mexer-se contra o aeroporto....