sexta-feira, setembro 20, 2019

a decisão dum aeroporto no Montijo é própria duma república das bananas

Por tudo o que se tem dito, da satisfação dos interesses duma empresa estrangeira concessionária da Ana (herança de Passos Coelho) a todas as gravíssimas consequências que deste atropelo adviriam (aqui já não é herança de P.C., mas miopia e voluntarismo em excesso, para ser simpático, de Costa). Já estudaram Beja? Vão estudar.
(Ah, e é de ler a notícia sobre a cidadania informada e patriótica do comandante dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia, Miguel Cardia, a quem tiro o meu chapéu.)

2 comentários:

Manuel Nunes disse...

Caro Ricardo,
Não percebo nada de aeroportos, nem de impactos ambientais, nem de bombeiros, mas tenho a ideia de que aviões e aeroportos são para servir pessoas, embora os aviões possam fazer mal ao ambiente e às pessoas, se calhar ainda mais do que a carne de vaca do reitor Amílcar Falcão.
Beja não parece mal: uma linha de alta velocidade, talvez uma nova ponte e chegava-se a Lisboa-Oriente em uma hora. Só que o país não é só Lisboa: também há Santarém, Caldas da Rainha, Leiria, Azambuja, Torres Novas, Golegã – toda esta desgraçada gente viaja de avião. A solução do governante socrático – Ota, ou lá o que era – afigurava-se territorialmente equilibrada, mas disso nem é bom falar…
Perturba-me, claro, que os flamingos andem em bolandas por zonas húmidas riscadas de jactos, qualquer dia até a plumagem rosa passa a cinzento ou negro por mais camarão que engulam.
Não sei o que mais dizer… Talvez aquela miúda sueca, a Greta, consiga esclarecer-nos. O engº André Silva é que tenho dúvidas.
Grande abraço

R. disse...

Bravo Manel,
já somos dois a não percebermos nada; no entanto, não precisamos ser especialistas para verificar a inconveniência, de todo o tipo, de ter um aeroporto no centro de Lisboa, e que a decisão foi tomada à trouxe-mouxe, condicionada, em primeiro lugar, ao que parece, pelos condicionamentos que decorrem da privatização do Passos, respondendo aos interesses duma empresa privada francesa; em segundo, para satisfazer o lóbi do turismo.

Por outro lado, também não precisamos de ser biólogos, zoólogos, ornitólogos, para considerar que nesta altura do campeonato global, em que milhões de aves desaparecem a uma velocidade vertiginosa, e de desequilíbrio dos ecossistemas, promover a construção naquele local é um grave atentado ambiental, que inibiria quem tivesse vergonha na cara de vir falar sobre ambiente, etc. e tal. E já nem falo nos inconvenientes e perigos para as populações da margem sul, e doutros argumentos técnicos, económicos, político, operacionais, etc., como sejam a da durabilidade daquela infraestrutura, na sua inoperância para os grandes Airbus de passageiros -- que só podem aterrar em Beja --, etc. Beja, que já está feito, já foi estudado? Não me parece, então vão estudar, repito.

Pois não é só Lisboa, mas com um país tão exíguo como o nosso e cheio de autoestradas que facilitam as ligações -- já nem falo em comboios -- duvido que o país precise de mais do que três aeroportos internacionais.

Foi ao link ler a notícia do comandante dos bombeiros de Samora Correia? Aquele é cá dos meus.

Outro abraço