sábado, junho 23, 2018

estou a ler


3 comentários:

M,Franco disse...

Ricardo a transcrição que vou fazer descobri-a por acaso num livro
em que peguei e que referencio "Sociedade e Cultura"-Victor de Sá-1958
Centro Cultural do Minho-Braga.

Sabe-se que o livro é hoje entre nós artigo de raríssimo consumo.Toda a
espécie de livros de um modo geral.Alunos saídos do 7º ano do liceu não
conhecem Ferreira de Castro, nem sequer de nome. Pude constatar isso com
exuberância, quando da homenagem pública que lhe foi prestada há dois ou
três anos. Só repararam no seu nome e perguntaram_quem é?!_ quando viram as
listas que então circularam nas livrarias para a recolha de assinaturas para
a mensagem. Não conheciam, nem de nome, o nosso romancista actual mais
traduzido no Mundo. Não era uma questão de tomar posição valorativa desfavorável ao autor. Era, simplesmente desconhecê-lo. E isso não se verificou com um só ou dois estudantes, por acaso. Deu-se com muitíssimos.
Nos melhores casos, só conheciam o nome.
São interessantes estas considerações de Victor de Sá em relação aos anos 50. E hoje em dia, pergunto eu?
Prometo tão depressa não o importunar. Tenha uma boa semana.

R. disse...

Em '58 é deveras espantoso, mas pode justificar-se com o facto de ele ser um adversário do regime, e por isso ausente dos programas escolares (embora também saiba de algumas selectas de então que incluíam alguns excertos seus).

Hoje em dia, está em linha (como se diz agora) com o conhecimento que o público em geral tem dos autores portugueses, quase nenhum.

No entanto, costumo dizer que tomara a muitos dos vivos estarem tão 'esquecidos' quanto ele o está, morto. A verdade é que nunca desapareceu das livrarias, nem do interesse dos leitores. Basta referir que nos últimos cinco anos «Emigrantes» teve três edições, as mesmas que «A Selva» nos últimos quatro. Acaba de sair uma edição de «A Lã e a Neve», depois de esgotada a anterior, publicada há cinco ou seis anos, no máximo, etc.

Para quem está esquecido, nada mal... Na verdade, existe um efeito na sociedade hipermediatizada que é a nossa que parece confirmar o dito "quem não aparece, esquece". Mas trata-se de uma percepção no mínimo errónea.

É claro que estas considerações só se aplicam a uma minoria designada por 'público leitor'. Quanto à massa, nem o Castro nem o Aquilino ou o Miguéis, nem o Paço d'Arcos ou o Redol; quanto a contemporâneos apenas a santíssima trindade dos programas escolares: Eça, Pessoa e Saramago, normalmente lidos em resumos.

E não importuna nada, pelo contrário :|

R. disse...

Em tempo: o Victor de Sá apresentou o meu primeiro livro sobre o FC.