quarta-feira, outubro 14, 2015

se o governo de Angola não se dá ao respeito, não merece ser respeitado

Nunca alinhei naqueles ataques a Angola por causa da corrupção e assuntos afins. Por várias razões: em primeiro lugar, porque considero uma atitude neo-colonialista. Depois, sobre corrupção, não temos lições a dar a ninguém, muito menos a uma ex-colónia. Quinhentos anos de colonização são quinhentos anos de pilhagem e morte. Portanto, quanto a isso, muito cuidadinho e decoro.
Outra coisa são os direitos humanos! Aí não há países nem ingerências nem sensibilidades nem cerimónias. Por isso, quando um governo de qualquer país atenta contra a dignidade do ser humano, impedidndo-o de se manifestar e encarcerando-o, tem de estar sob forte pressão condenatória da comunidade internacional.
Assim, enquanto o governo e a justiça angolanas não se comportarem civilizadamente neste caso dos jovens detidos, entre os quais está o grevista da fome Luaty Beirão (estou-me nas tintas para a nacionalidade dele, dupla ou tripla), a denúncia do caso e execração da atitude do governo de Angola -- que tem de acabar rapidamente com esta farsa -- é um dever de todos os que têm a Liberdade de consciência e de expressão como valor absoluto e sagrado. 
E já agora, com Luaty Beirão, quero lembrar outros presos políticos: o palestiniano Marwan Barghouti, o curdo Abdullah Öcalan, o chinês Liu XiaoBo, o australiano Julian Assange e o norte-americano Edward Snowden.

2 comentários:

Dalaiama disse...

Ontem estive aqui e não tive tempo para comentar... hoje, se bem que ainda um pouco à pressa, não posso deixar de expressar a minha admiração pela sua GRANDEZA, Ricardo. Sempre foi e é um homem de cultura, bondade e justiça! Muito respeito a sua integridade e cada linha que aqui deixa. Neste post em particular, para além de tudo o que disse antes, é sensível e apropriada a sua lembrança de outras consciências injustamente aprisionadas. Um forte abraço!

Ricardo António Alves disse...

Caro Dalaiama, muito obrigado pelas suas palavras.
A única coisa que procuro no que escrevo e digo é pôr-me no lugar dos outros, e fazer uma análise tão justa quanto possível. Talvez não seja sempre bem sucedido. porque me excedo-me muitas vezes.

É-me muito grato ter pessoas como você a passar por aqui!
Um forte abraço