Andava cheio de vontade de o ler. Novidades, novidades, não dei por elas, a não ser o que tem que ver com politicalha, a alta roda da União Europeia (oh, o tutear dos estadistas...), as reuniões entre os líderes, os jantares confidenciais, etc.
Mas parece ser um trabalho competente de David Dinis e Hugo Filipe Coelho, papel de moscas em reuniões à porta fechada, seguindo a-par-e-passo aquele período do pec IV e do pedido de resgate.
Sócrates obstinado, Cavaco calculista, Portas malabarista, Passos ávido e empurrado para a frente, Teixeira dos Santos saco de pancada, Pedro Silva Pereira ministro adjunto, Durão Barroso, o nosso homem na Europa (como se tivesse feito alguma diferença).
O livro não responde, nem lhe cumpria, à pergunta se o pec IV, com o aval alemão, teria chegado. A avidez pelo pote de Passos e apaniguados não permitiu sequer assistir ao eventual falhanço desse pec.
Apesar de tudo muito fresco, é útil relembrar alguns episódios de pouca grandeza.
David Dinis e Hugo Filipe Coelho, Resgatados -- Os Bastidores da Ajuda Financeira a Portugal, 3.ª ed., Lisboa, A esfera dos Livros, 2012.
2 comentários:
Mais do que a avidez de Passos e Portas pelo então falado pote, surpreendeu (ou talvez não) a avidez do BE e do PCP por outros potes que pensavam estar ao seu alcance. Os herdeiros de Cunhal ainda se aguentaram; os seguidores de Louçã e Fazenda ficaram reduzidos a metade do pote que tinham e eu ainda hoje me interrogo para onde foram os cerca de 270 mil votos que perderam. Para o PS e o PCP não deve ter sido.
No PCP não me surpreendeu; no BE, no fundo também não. Eu ainda os premiei com o meu voto, por exclusão de partes. É difícil votar neste PS, em que gente sã convive harmoniosamente com patifes e vigaristas. (O mesmo se pode dizer do PSD, claro, mas em relação a estes não tenho a mesma exigência, até porque não voto neles, salvo em pontuais circunstâncias autárquicas, como será porventura o caso, nas próximas em Cascais -- ainda estou a ver o cortejo).
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