Não sei dizer qual dos álbuns dos Genesis prefiro. Talvez o Selling England by The Pound (1973), por ter sido o meu primeiro... Mas The Lamb Lies Down In Broadway (1974) estava tão à frente dentro do chamado rock progressivo, que, após a saída de Peter Gabriel, os que ficaram, embora assinassem mais dois discos excelentes (A Trick Of The Tail, Wind And Wuthering, ambos de 1976), recuavam para a sonoridade mais genèsicamente canónica do Selling England; mesmo a solo, Gabriel ensaiará alguma forma ruptura com os padrões estéticos do seu mítico grupo, mas creio que só o conseguindo com o terceiro disco a solo, de 1980. De qualquer modo, "ruptura" deve ser expressão a utilizar com cautelas, porque Gabriel está até ao pescoço no disco de 74, que, por sua vez, é Genesis cem por cento, não se devendo secundarizar o papel dos restantes elementos.
(De alguma forma Face Value (1981), de Phil Collins, também faz um corte com o som da formação, indo para paragens mais negro-americanas, vindo a ser um degrau para uma carreia solista de enorme sucesso comercial que arrastaria os Genesis consigo para uma certa superficialidade popular, sem escamotear alguns bons momentos, em especial o álbum de 1983, significativamente sem outro título que não o epónimo, Genesis, como que significando um regresso às origens, infelizmente fugaz.)
Eles foram tão longe com The Lamb Lies Down On Broadway -- escrevo agora, que me preparo para virar o disco no prato para o lado D --, que tiveram de voltar para trás....
E eu, a ouvi-los hoje: música enganadoramente de ontem; música de amanhã e de sempre, tal como sucede com a Nona de Beethoven...
2 comentários:
Grandíssimo álbum,ainda maior Gabriel, e uma banda superlativa, que para mim acabou depois de ambos terem saído...
Grandíssimo.
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