Petit Indi, de Marc Recha, Espanha e França, 2009 («Em competição). Um belo filme cheio de melancolia, conta a história de Arnau, um adolescente proletário cuja mãe está presa, sendo a libertação dela a sua causa dessa hora. Para tanto, concorre a peculiares certames de aves canoras, treinando vários pássaros, entre os quais um sobredotado pintassilgo. Ao mesmo tempo, Arnau salva uma raposa, que encontra bastante mal tratada -- atitude que terá uma consequência inesperada. Por muito que façamos o bem, nunca sabemos como seremos retribuídos.
Poltory Komnaty Ili Sentimentalnoe Putesheshtvie Na Rodinu («A Room And A Half»), de Anfrey Khrzhanovskiy, Rússia, 2009 («Em competição»). A história de São Petersburgo / Leninegrado e de alguns dos seus habitantes nos anos 50/60, cidade do poeta Joseph Brodsky, Prémio Nobel, amigo do realizador, com os constrangimentos e os sonhos duma geração do pós-guerra. Este seria o meu filme premiado, pelo recurso muito criativo à mistura de vários géneros cinematográficos, entre os quais os desenhos animados, o documentário e a animação computorizada.
Un Prophète, de Jacques Audiard*, França, 2009 («Fora de competição»). Um filmaço, para encerrar o EEF. Uma reconstituição notável do ambiente prisional, dos gangs que se defrontam dentro dos muros, das leis e das estratégias de sobrevivência, em que se conjugam a sagacidade e a sorte. Dois desempenhos notáveis do praticamente estreante Tahar Rahim e do veterano Niels Arestrup. Película europeia produzida e filmada à americana, como um avatar de Coppola ou Scorsese. Os franceses na sala, impavam.
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