segunda-feira, dezembro 21, 2009

Antologia Improvável #413 - Carlos Drummond de Andrade (2)

O AMOR ANTIGO

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda a parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


Amar se Aprende Amando

6 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Que beleza no dizer tinha este magnífico poeta!

Às vezes penso, é verdade, que o amor antigo é o melhor :)

...e as Boas Festas da Lulu, ali ao lado... adoráveis.

Ruela disse...

Boas Festas!

Abraço.

Ricardo António Alves disse...

É verdade, um grande poeta, mesmo neste livro menor, de poesia de circunstância, em que se encontram coisas como esta.
Um abraço.

Grande Árvore de Natal, Ruela <:)}

Teresa Santos disse...

O titulo não bastará para definir o Amor?!
É isso mesmo: "Amar se aprende Amando". Simplesmente!

Ricardo António Alves disse...

É o saber de experiência feito.

Ricardo António Alves disse...

Nem sei o que lhe dizer, Fátima...