VISÃO
Desconheço a matéria de que és feita,
Que mão febril teu corpo modelou;
Minha alma, ao pressentir-te, insatisfeita,
Como as ondas do mar se alevantou!
Oh! feminil visão clara e perfeita
Que o meu olhar profano dissipou,
Névoa que a luz do alvorecer enfeita
E o hálito da aragem dispersou!...
Na terra, em sonhos ando a procurar-te,
Na terra, pelo céu, e em toda a parte
Para beijar o rasto de teus pés...
Mas quanto mais minha alma te procura,
Mais teu vulto se perde na fundura...
E por ti morro sem saber que és!
Fonte Branca / Líricas Portuguesas. 2.ª Série
(edição de Cabral do Nascimento)
quinta-feira, julho 19, 2007
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