quarta-feira, junho 20, 2007

Antologia improvável #235 - Carlos de Oliveira (8)

LEITURA

Quando por fim as árvores
se tornam luminosas; e ardem
por dentro pressentindo;
folha a folha; as chamas
ávidas de frio:
nimbos e cúmulos coroam
a tarde, o horizonte,
com a sua auréola incandescente
de gás sobre os rebanhos.

Assim se movem
as nuvens comovidas
no anoitecer
dos grandes textos clássicos.

Perdem mais densidade;
ascendem na pálida aleluia de que fulgor ainda?
e são agora
cumes de colinas rarefeitas
policopiando à pressa
a demora das outras
feita de peso e sombra.


Pastoral / Trabalho Poético

2 comentários:

O Réprobo disse...

Oh Patrão,
manda-me o Teu e-mail, por favor, através do meu, que tenho uma coisa para Te enviar,a qual acho que vais gostar.
Abraço

Ricardo António Alves disse...

É pra já (!?)