terça-feira, setembro 26, 2023

101 contos portugueses #6

 O Senhor dos Navegantes, de Ferreira de Castro (1954)

"Deus", insatisfeito com a sua obra de criação, aparece inadvertidamente ao narrador com uma braçada de ex-votos para destruir -- ou o contrassenso da sua existência, pela voz de um louco. 

Ou seria mesmo Deus, e não um louco? Se na leitura que fez do conto, Egas Moniz remete para uma manifestação de patologia psiquiátrica, E. M. de Melo e Castro, ao recolhê-lo na sua Antologia do Conto fantástico Português, abre a porta à especulação, mesmo que saibamos do ateísmo do autor, pelo que a questão é pertinente. 

Metafísica: Só no revolucionário -- como Jesus Cristo -- há a possibilidade de uma parcela do divino 

Incipit: «Branca, airosa, pequenita, erguida sobre o tope de uma colina, a Capela do Senhor dos Navegantes divisava-se de longe, como um farol.»

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