terça-feira, abril 23, 2019

aviõezinhos

Parece que, na semana passada, o deputado do PAN interrogou António Costa sobre a possibilidade de o aeroporto de Beja ser alternativa ao 'Portela+1'. Parece que o chefe do Governo não respondeu, ou terá respondido afastando a hipótese sem mais. Esteve mal, pois o que se quer de um governante, entre outras coisas, é que veja para além da conjuntura.
Não me apetece nem tenho tempo para tecer considerações, necessariamente parcelares, sobre a insistência numa solução arranjada à pressa, que não só mantém os riscos para os residentes em Lisboa e concelhos limítrofes, como os acrescenta e que será uma catástrofe ambiental irremediável. A Zero está em campo desde o início, e ainda bem. A sua avaliação é demolidora: «Todo este processo tem sido pautado por uma flagrante falta de transparência por parte do Governo, mesmo com sonegação de informação, e não permitindo qualquer escrutínio por parte de terceiros, sejam os cidadãos ou mesmo outras entidades públicas, precisamente o inverso daquele que é o espírito da lei, que pretende que uma Avaliação Ambiental, seja ela uma AIA ou uma AAE, seja um instrumento técnico de suporte à decisão, no sentido de garantir a melhor decisão possível.»
Mas a resistência não pode ser apenas legalista e institucional, tem de ser de todos, a começar pelos que vão sofrer na pele esta arbitrariedade. E bem me parecia que o povo da Margem Sul não iria fazer figura de rebanho para abate sem estrebuchar. Resistência inteligente, não violenta, de preferência com humor, que é a mais eficaz.
A acção de ontem, levada a cabo pelo até agora por mim ignorado grupo Rebeldes pela Vida, será, certamente, a primeira de muitas destes e doutros cidadãos que se dão ao respeito (as fotos e o filme).
Que ela tenha ocorrido numa sessão de aniversário do PS, mostra bem aquilo em que o PS se tornou; e que nessa sessão, em que dois gorilas engravatados atiram pelo ar o activista que interpelava a assembleia, fosse de justa homenagem a Alberto Martins -- sem querer comparar momentos políticos incomparáveis --, não deixa de ser uma triste ironia.
em tempo: não eram gorilas, mas agentes da PSP - Corpo de Segurança.





1 comentário:

R. disse...

vai dar em todos os telejornais :)