Leio deleitoso, no último JL, o discurso do Presidente da República na sessão comemorativa do centenário de Fernando Namora, no dia 15 de Abril, na sua Casa-Museu em Condeixa -- evento que desafortunadamente foi ofuscado pela tragédia do incêndio de Notre-Dame. Não sei se o discurso teve mão fantasma, nem isso é muito importante, pois reconhece-se a caneta de Marcelo naquelas palavras, que além disso foram acrescentadas por vários improvisos do orador, reza a notícia; o que me interessa relevar é mesmo uma noção assaz nítida que o PR mostra do património literário português, parcela das mais relevantes do património cultural do país, no seu todo.
A propósito de Namora e da efeméride, o Presidente referiu-se a José Rodrigues Miguéis, Ruben A., Ferreira de Castro, Miguel Torga, Carlos de Oliveira e Vergílio Ferreira -- ou seja, cerca de um terço do cânone ficional português do século passado --, a que juntou os norte-americanos John Steinbeck e Erskine Caldwell, e Óscar Lopes, como referência de autoridade.
Não é um ensaio, que seria descabido, mas um discurso de circunstância. que não deixa de ser reconfortante em face do zero das elites políticas, com as honrosas e parcas excepções. E porquê reconfortante? Por se esperar que o Presidente não seja apenas a muralha contra o populismo de que falou Ferro Rodrigues, mas também contra a barbárie instalada que não conhece, e portanto não quer saber do património cultural em sentido lato, a não ser que o mesmo lhe possa dar umas medalhinhas da Unesco para trazer à lapela (que podiam ser essas como as do Guiness, tanto faz, desde que em estrangeiro).
Não é um ensaio, que seria descabido, mas um discurso de circunstância. que não deixa de ser reconfortante em face do zero das elites políticas, com as honrosas e parcas excepções. E porquê reconfortante? Por se esperar que o Presidente não seja apenas a muralha contra o populismo de que falou Ferro Rodrigues, mas também contra a barbárie instalada que não conhece, e portanto não quer saber do património cultural em sentido lato, a não ser que o mesmo lhe possa dar umas medalhinhas da Unesco para trazer à lapela (que podiam ser essas como as do Guiness, tanto faz, desde que em estrangeiro).
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