Em 1979 e 1980, tinha eu quinze-dezasseis anos, estava preparado para tudo o que a música me quisesse dar, Graças a amigos e colegas de escola mais velhos, crescera a ouvir o grande rock progressivo, e agora apanhava em cheio com a violência dos restos do punk. E passei a ouvir os dois, com o mesmíssimo interesse, sem esquecer os rythm & blues dos Dr. Feelgood, o hard rock dos AC/DC e dos Aerosmith e o que vinha ainda de trás, da década de sessenta. Era fervilhante.
Não me esqueço, por isso da sensação que foi ouvir estes descabelados pela primeira vez, a entoação sardónica do Fred Schneider, o cio estridente de Kate Pierson e Cindy Wilson. Acreditem, aquilo mexia com o puto que eu era. E este «52 Girls» era disso exemplo: uma porcaria de letra, a que não ligava nenhuma (defeito que me ficou), nem interessava para nada, diante daquela batida primária, riffs elementares e o ululante transgressivo de Kate e Cindy.
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