sábado, abril 04, 2009

Antologia Improvável #367 - Thales de Mello

AMOR.

Chegas, trêmula vens, quase chorando.
Parto, pálido vou, quase sorrindo.
Desejas-me e procuras-me, chegando.
Adoro-te e bendigo-te, partindo.

Meu duro coração torna-se brando
Mal te adivinha o corpo esbelto e lindo.
Porque me queres vives-me buscando...
Porque te quero vivo-te fugindo...

Mas um dia um acaso. Frente a frente
Nós dois: tu, comovida e enamorada,
Eu amorosamente aflito e mudo.

E nesse doce idílio, de repente,
As nossas bocas não nos dizem nada,
Para que os nossos olhos digam tudo.

Baú de Couro

4 comentários:

rose marinho prado disse...

Que bonito. Não conhecia.

Ricardo António Alves disse...

Ainda bem que gostou, Rose. Ele era daí, de Santos.

Marie Tourvel disse...

Bonito poema. É de Santos? Tantas coisas que não conheço, que não sei...

:)

Ricardo António Alves disse...

Então e eu, Marie? :(