É DE TI QUE ME LEMBRO
É de ti que me lembro
sempre que Março vem.
(Tinhas oito? nove anos?
Eu também).
Ofegante corri para a minha porta.
E tu direito a mim
depressa me alcançaste.
Abriste-me os dois braços bem abertos
pregaste as minhas com as tuas mãos
-- e me crucificaste.
E a tua boca veio directa à minha
como seta.
Em cima, era um véu movediço e aguarelado.
Corriam nuvens brancas sobre abertas azuis.
Era sol, era sombra, era espaço, era Março, era medo.
...E eram, frente a mim, os teus olhos azuis.
É de ti que me lembro
sempre que Março vem.
Este Intravável Mar / 100 Poemas Recolhidos
sexta-feira, julho 18, 2008
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