quarta-feira, maio 07, 2008

Antologia Improvável # 305 - Alexandre O'Neill (8)

OLHO AZUL

Com modos práticos, mas finos,
vais tesourando às escondidas
esses canteiros femininos.

Mais corsário que jardineiro,
para o meio de muitas vidas
desejo impele o teu veleiro.

E exclamam elas, navegadas:
-- Esse olho azul é que é culpado!
Esse olho de azul transtornado
em nós, maternais, coitadas!...

E assim as tens, crucificadas
no teu celeste mau olhado...

Abandono Vigiado

7 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Os meus parabéns pelo Sublime Porta!
Tem pequenos textos muito interessantes!
:)

Maria Teresa Loureiro disse...

Blogue preguiçoso, de um abencerragem com um bom gosto de tirar o chapéu. Parabéns. Teresa Loureiro

Ricardo António Alves disse...

Obrigado Ana Paula, espero continuar.

Obrigado também Teresa. Seja bem-vinda.

Sofia K. disse...

Os olhos azuis nunca enganam! E às vezes, bem tentam! Fala a experiênica! ;)
beijinhos

Ricardo António Alves disse...

«Blue eyes, blue eyes, how come you tell so many lies?» (Steve Harley). Outros.

T disse...

Gosto tanto daquela do O´Neill:
"Num colchão de sumaúma,
Você dá duas que parecem uma" . Pena ter sido recusada pelo fabricante dos ditos colchões:)

Ricardo António Alves disse...

O fabricante não tinha colchões para tanta poesia...