1. Qualquer mulher adulta que se veja confrontada com a necessidade de fazer um aborto, lamenta-o profundamente, o mesmo se passando com qualquer homem decente. Tal não sucedendo significa psicopatia ou atraso mental severo. Nenhuma mulher mentalmente sã faz um aborto -- é um lugar-comum, de tão verdadeiro.
2. Vivemos num estado laico, felizmente. E como Deus não existe -- a não ser em cabeças frágeis ou simples --, o papel das igrejas deve ser o que está reservado aos seus aderentes, e ponto final. Cada maluco com a sua mania. A Igreja Católica só tem valor para mim, enquanto instituição histórica que está na génese do estado e da nação portugueses, quanto ao resto, interessa-me tanto ou menos que o Benfica ou o ACP. Ter devotos a legislar e a interferir é uma aberração que nos põe ao nível dos aiatolas ou daqueles primitivos que matam e morrem em nome de "Deus".
3. A continuação ou interrupção de uma gravidez por parte de uma mulher adulta é uma questão que só a essa deve respeitar, e na qual nenhum homem deveria ter possibilidade de decisão, técnica, legislativa e muito menos referendária. Claro que defendo a objecção de consciência, que, constituindo-se em problema, cabe ao Estado resolver, respeitando a liberdade de todas as partes. mas não suporto ouvir para aí os beatos a referirem-se aos direitos da mulher, do feto, etc. Um assunto de mulheres é só com as mulheres. Estando em causa compromissos de um casal, não sendo respeitados, o casal separa-se. Nenhuma coerção sobre qualquer mulher e o seu corpo é aceitável. É tão simples.
(a propósito disto)
1 comentário:
Plenamente de acordo.
Enviar um comentário