quarta-feira, agosto 21, 2024

ainda as "pessoas que menstruam" e a aversão às mulheres que não sejam camafeus assexuados, mas não só

Manicómio. O qualificativo é bom e é de João Maurício Brás. Não só o wokismo é uma atentado à liberdade individual, como transforma a sociedade num manicómio. Esta história das "pessoas que menstruam" em vez de utilizar a palavra devida, que é "mulheres" -- pois só as mulheres menstruam. --, é mais uma das muitas parvoíces de importação, para dizer o mínimo, com que os wokes se entretêm, e tentam obrigar todos a tragar. A ministra Margarida Balseiro Lopes acha muito bem. Ela tem as pastas da juventude e da modernização, talvez ache que colhe mais modernaçamente votos à juventude, mostrando-se quiçá cosmopolita e não provinciana. Mas a maior parte dos jovens tem mais que fazer do que pensar nestas questões de lana caprina. A maioria deles não gosta nem tolera que qualquer pessoa seja molestada ou discriminada por causa da orientação sexual. Mas isso também eu não gosto ou tolero. 

Mas gosto ainda menos que tomem as pessoas por parvas, impondo-lhes uma linguagem dita neutra, que é puro totalitarismo ideológico com laivos fascizantes. Para Balseiro Lopes, como para uma boa parte do minado PS, mais BE e Livre, e agora parece que também uma parte do PSD (para além dos votos que pretendem caçar neste mercado eleitoral), não se trata na de proteger, defender, acautelar, o que seja, as pessoas que sendo mulheres se sintam homens ou nem uma coisa nem outra, representem elas um conjunto de meia dúzia de cidadãos, dez ou cem mil. O que pretendem é impor à esmagadora maioria da sociedade, proibições baseadas em premissas falsas e imbecis. Querem ensinar os cidadãos a falar e a comportar-se, santo nome de deus!...

Leia-se esta pérola, emanada pelo gabinete da ministra: «O Governo reconhece a saúde menstrual como uma questão de saúde e direitos humanos, e não apenas como uma questão de higiene, e está consciente dos desafios que lhe estão associados,designadamente na conceção de políticas para pessoas que menstruam, onde se incluem as pessoas transgénero e não binárias, o que implica a disponibilização de infraestruturas e apoio adequados nas escolas e a utilização de linguagem neutra do ponto de vista do género para se referir aos produtos menstruais.»  

De acordo com todas estas criaturas, escrever a palavra mulher, pode ser atentatória dos direitos humanos dos não-binários (bocejo) e dos transexuais. Mas como? Onde é que uma mulher que interiormente se sinta homem (apesar de ser mulher) pode sentir-se atingida com um documento técnico-administratico com formulações gerais sobre a saúde das mulheres (ou dos homens)?... São muito sensíveis? E então os milhões de mulheres que se sentem orgulhosamente como tal, e lutaram (e lutam ainda) pela igualdade entre os dois sexos? E todos os homens que amam mulheres, veneram mulheres, desejam mulheres como parceiras sexuais, não estarão todos a ser violentamente condicionados por uma ideologia alegadamente científica, mas que não passa de um moralismo de sinal contrário?

É impressionante a aversão que esta gente tem às mulheres enquanto tal, enquanto ser maternal, enquanto ser sexual, especialmente se for alvo de desejo. Mas não só às mulheres. A sua aversão vai mais longe. Não é pela liberdade individual que lutam, nem pelo direito que cada um tem a não ser molestado pelas suas opções mais íntimas. O que eles querem não é nada mais do que impor a normalidade do que é anormal, ou seja que está fora da norma. Eles lá devem ter as suas razões mais profundas, mas não as impinjam a mulheres e homens que gostam de o ser, que são felizes de o ser e que, (não) por acaso, são a maioria. Não que ser-se maioria dê alguma razão à partida; mas aqui não é só razão: é biologia, verdadeira ciência, e atentar contra esta naturalidade, distorcendo línguagem conceitos, a língua de pau woke, isso sim, é uma questão de direitos humanos, que, esses sim, têm de ser respeitados.

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