Abencerragem: continuo a reconhecer-me no que escrevi há dois anos (ucranianas CCXXIV)

sábado, fevereiro 24, 2024

continuo a reconhecer-me no que escrevi há dois anos (ucranianas CCXXIV)

Aqui. Hoje, creio que estou mais pró-russo que há dois anos, mais antiamericano.

2 comentários:

Albino Manuel disse...: A Finlândia? Bela explicação para eles terem aderido à NATO. E eu que até tinha a reacção dos finlandeses por exagerada.

Do que fala é da "finlandização", da Finlândia a que Estaline roubou a Carélia depois de uma guerra de agressão e impõs uma indemnização brutal. Da Finlândia que tinha um presidente que todos os anos fazia visita tributária a Moscovo. Da Finlândia que precisava da autorização de Moscovo para falar em política externa.

Os comunistas portugueses parecem os Bourbon de que falava Talleyrand: não aprendem nada e não esquecem nada. Esperemos que tenham o destino dos Bourbon franceses.; 8:55 da manhã
R. disse...: Albino, dizes tantas vezes que sou comunista, que qualquer dia começo a acreditar em ti. Tenho até uma novidade em primeira mão: vou votar neles, nestas e nas próximas para o PE.

Sim, finlandização, exactamente, ou achas que as grandes potências deixam os pequenos fazer o que querem?

A finlandização fez um mal terrível à Finlândia, como sabemos -- um país libérrimo e dos mais prósperos no período da Guerra Fria, e onde foram assinados os Acordos de Helsínquia. Não está mal a finlandização.; 1:01 da tarde

A Guerra da Ucrânia, entre a Rússia e os Estados Unidos

1. Os humoristas de serviço pretendem que é uma luta de valores entre o mundo liberal e o iliberal. Humor negro, porque o único valor que o financismo e o complexo militar-industrial conhecem é o do "deus-dólar" (Eça de Queirós). Dirigidos por estes, os Estados Unidos procuraram neutralizar a Rússia, seu único rival militar, minando-a por dentro e desestabilizando as repúblicas vizinhas que ainda não estavam integradas na Nato: Geórgia, Cazaquistão, Ucrânia. Os bidens e os johnsons não passam de marionetas ao seu serviço. Tudo estava a ser preparado com a Clinton; o Trump, bilionário autossuficiente, foi um parênteses. 2. A Rússia sempre se dividiu historicamente entre o eslavismo antiocidental (Dostoievski, Soljenitsine) e a abertura ao Ocidente. A boa-fé e o ímpeto ocidentalizante foi torpedeado pela própria avidez dolarística. Diz-se que Putin, até aí defensor de uma cooperação, mudou de opinião quando assistiu à barbárie do Iraque e da invenção do pretexto da existência de armas de destruição maciça pelo selvagem do Saddam Hussein, tentando a administração americana, debalde, enganar o Mundo, mas enganando boa parte dos próprios concidadãos. Ou seja, Putin percebeu que a cúpula política norte-americana estava nas mãos de patifes notórios em quem não se podia confiar. A Rússia violou o Direito Internacional? Sim, claro, fazendo uma guerra preventiva. 3. Por razões que me escapam, a cúpula política ucraniana, foi ou quis-se enredada nesta estratégia suicidária, sacrificando o povo aos interesses geo-financeiros dos EUA. As zonas de influência sempre existiram e continuarão a existir; faz parte do poder dos impérios. A União Europeia transformou-se numa vassala dos americanos e uma extensão política da Nato, um péssimo serviço ao projecto europeu.

M. Teixeira-Gomes (1860-1941)