quinta-feira, janeiro 14, 2021

a boa política

 Daqui a duas semanas se verá, mas o funcionamento das escolas durante o confinamento parece-me acertado. Para os sectores mais destituídos da população, alimentados a lumpen televisivo e venturas, a interrupção das aulas é catastrófico. Uma vez que os especialistas não estão de acordo, a decisão tem de ser política. E esta, de António Costa e Tiago Brandão Rodrigues, é política da boa.

4 comentários:

Jaime Santos disse...

Saliento a entrevista de Baltazar Nunes, um dos epidemiologistas que aconselham o Governo, ontem na SIC-Notícias. Segundo ele, a redução do grau de contágio (o Rt) é relativamente pequena se fecharmos as escolas em comparação com o fecho da atividade económica (8% versus 44%, creio), porque os contágios se registam sobretudo na faixa etária dos 20-49 anos.

A decisão de Costa e Rodrigues é pois naturalmente política, mas apoia-se na análise dos peritos . Bem sei que existe alguma controvérsia, mas para isso é que se elegem políticos e não técnicos para tomar decisões. Se não existisse incerteza, não haveria de facto lugar a uma decisão, tudo seria claro.

Eu provavelmente teria decidido mandar para casa todos os miúdos com mais de 12-14 anos, por uma questão de prudência, até porque estes são autónomos, mas entendo bem as razões do Governo. Como dizia ontem o Pedro Marques Lopes, fechados dentro de quatro paredes estreitas, sem acesso à Net e espaço para estudarem, os putos mais pobres ficam absolutamente reduzidos à sua condição social...

Uma das coisas mais positivas que podem sair disto, se fôr bem gerida (um grande se, uma vez que as redes são uma faca de dois gumes) é permitir que todos miúdos disponham dos meios digitais para acederem a uma educação decente, que é a arma mais poderosa contra a exclusão...

R. disse...

Exactamente. Já o desporto amador parece que tem sido catastrófico para os miúdos.

Jaime Santos disse...

Presumo que quer dizer a falta dele... É um facto. E não apenas para eles. Até eu que sou normalmente um poltrão de poltrona ainda ando menos activo do que o costume. Nem nadar posso...

R. disse...

(In)felizmente é problema que não me assiste...