domingo, janeiro 29, 2017

América: o desfile dos horrores

Sem contar com Obama, acho que tenho de recuar a Jimmy Carter para encontrar um presidente decente dos Estados Unidos. Reagan, foi aquela desgraça do reaganomics e o presidente que empurrou os Sandinistas para os braços da URSS, porque aquela testa não concebia outra coisa senão apoiar um ditador anticomunista, mesmo que fosse um ladrão reles e sanguinário. O colapso da União Soviética, esgotada e com pés de barro, era uma questão de tempo, como se viu, quando tudo se esfumou. Bush pai, embora tenha conseguido formar uma coligação de grande significado para reverter a invasão do Koweit por Saddam Hussein, internamente, foi uma anedota. Clinton, com aquele ar de vitelo mas desmamado, além de idiotices como a criação do Kosovo, temos de agradecer-lhe a desregulação do sector bancário de retalho, que viria a descambar na crise de 2008. Uma vergonha. De W., nem vale a pena falar. Trump ainda agora começou; não sei como irá acabar, se irá acabar.  Mas se acabar antes do termo do mandato, significa que, a substituí-lo, ficará aquela aberração do tea party, chamado Pence, tão do agrado do Bible Belt e do Ku-Klux-Klan, talvez ainda mais perigoso. Trump não tem ideologia, é um vendedor de banha-da-cobra, e defenderá tudo e o seu contrário, como é seu hábito. O outro talvez já fie mais fininho. 
Por outro lado, a reacção popular, dos presidentes de câmara e governadores da América civilizada, dos magistrados, são um sinal de esperança. 

4 comentários:

Jaime Santos disse...

É verdade, não há ninguém que se safe, tirando Obama a nível interno (e alguma coisa a nível externo, apesar das asneiras de alto calibre) e a nível externo o Bush Pai, mas convém lembrar que a nível interno, Reagan deixou tudo armadilhado com os 'Savings and Loans', precursores da crise bancária atual. E antes houve o mafioso Nixon, e antes o LBJ que era de fugir (mesmo se foi o Presidente que assinou o 'Civil Rights Act') e antes dele o Kennedy que deixou o mundo à beira do desastre nuclear (Krutschev e Castro ajudaram à festa) e antes Eisenhower (que criou o problema iraniano, entre outros) e Truman (não tão mau quanto o pintam) e antes Roosevelt, que não era nenhum santo e governou com tiques de ditador populista...

R. disse...

Bem, eu confesso a minha admiração pelo Roosevelt, F.D. Não posso não gostar; é assim como o Churchill: tinha monte de defeitos, mas...

Jaime Santos disse...

Pois, eu também, mas é preciso reconhecer os defeitos dos políticos, sobretudo daqueles de quem gostámos...

R. disse...

Sem dúvida.