domingo, março 01, 2015

a harmonia da vida e da morte

«Mas o que ele contava tinha agora mais verdade  -- era a terra e o vinho desse ano, as sementeiras e as próximas manhãs de geada e de sol e da paz solene da fecundação. As suas mãos, grossas e escuras como fragas, quase não faziam gestos, os seus olhos desciam sobre si, sobre Isaura e os filhos, como se receasse perder-se de uma comunidade de raízes, dessa plenitude fértil onde tudo estava certo: a harmonia da vida e da morte.»

Vergílio Ferreira, Aparição (1959) 

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