terça-feira, janeiro 20, 2015

uma mândria feita de fofidões

«Há um mês e meio que não me desaparafusava do leito! A intoxicação agravara-se-me, encartuxando o corpo numa mândria feita de fofidões; empapando-me a alma e o espírito num indiferentismo oriental pela vida que me cercava, como se a essência da vida fosse apenas a morfina; como se morfina sintetizasse, numa picada, o ar, a luz, todas as necessidades e aspirações e alegrias e prazeres e vícios!»

Reinaldo Ferreira (Repórter X), Memórias de um Ex-Morfinómano (1933)

2 comentários:

Maria Eu disse...

A quem não apeteceria um momento de "fofidões"de vez em quando?

Boa noite, Ricardo! :)

Ricardo António Alves disse...

:) Assim à primeira, sem dúvida; mas lendo o fragmento, será melhor não...