APRESENTAÇÃO
Aqui está minha vida -- esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz -- esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor -- este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está a minha herança -- este mar solitário
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.
Retrato Natural / Antologia Poética
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4 comentários:
Que vida tão sofrida, a desta Mulher.
Na sua biografia podem ler-se estas palavras escritas pelo seu punho:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno." in, Wikipedia.
Esta morte prematura dos pais marcaram-na profundamente, fazendo dela um ser solitário, alguém para quem o efémero e o eterno formam como que uma simbiose.
É verdade, Teresa. Na sua poesia há esse espectro que parece nunca a largar.
Alguém capaz de dizer o belo.
Adoro a aparente simplicidade. Tão cativante!
Essa aparente simplicidade, como muito bem diz, é a dos grandes autores.
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