quarta-feira, janeiro 03, 2024

vermelho e negro

«A actividade do jornalismo nunca deve abrandar, a sua consciência deve ter sempre o mesmo vigor, a sua pena o mesmo colorido, o seu sentimento moral a mesma justa intensidade.» Eça de Queirós, «Revista crítica dos jornais», Distrito de Évora (1867) / «Como Reclus teria sido para todos os Fígaros um sábio completo, se em vez de anarquista e de homem a contas com a polícia, tivesse sido um sábio neutro, ou consentisse em pôr o seu saber ao serviço duma função governamental!» Emílio Costa, «Recordando...», Seara Nova (1930) / «O funambulesco general, digno de opereta, se não levasse a cingir-lhe a cabeça bronca um diadema sinistro, um diadema de sangue mártir, de sangue da Liberdade, protesta contra a entrega à Rússia de determinados vasos de guerra, que à Rússia pertenciam...» Ferreira de Castro, «Sadoul, e Wrangel», A Batalha (1924)

1 comentário:

Manuel M Pinto disse...

«No céu, sempre azul, o sol trazia o dia, levava o dia, sem que sombras ou raios mais vivos ferissem as suas pupilas bem-aventuradas. Eram uns felizes felizardos cem por cento, usufrutuários dum regalo tão sem balizas que não o sabiam avaliar, mas em que criam de boa fé porque assim lhes fora dito. De beatitude tão absorta, apenas um aviso de Deus os distraía, se a isso se chama distrair, numa punção doce, mais leve que a sombra dum reflexo de cuidado.
-- Gozem, gozem, mas muita cautela, não me toquem na árvore da ciência!... Vejam lá! No dia em que o fizessem, tinha-lhes soado a hora da desgraça... »
Aquilino Ribeiro, "Jardim das Tormentas" - conto: "Triunfal" (1913)