quinta-feira, agosto 04, 2016

uma nódoa no Governo

É inadmissível, eticamente reprovável e de um mau gosto completamente saloio governantes deslocarem-se a um jogo de futebol da Selecção Nacional, pagos por empresas. É vergonhoso e miserável. Quem o fez, não merece politicamente nenhum respeito.

Este caso repugna-me. Outro caso, enjoa-me: o da sonsice dos seiscentos euros pagos do bolso de Marcelo, para custear a viagem ao mesmo Euro num avião da FAP. Um Presidente da República quando se desloca para assistir um jogo de qualquer selecção nacional, fá-lo em representação do país, por isso a Força Aérea lhe devolveu o cheque. Dispensava-se a marcelice, e apreciava-se alguma fibra na no enfrentar da opinião publicada em facebooks e escumalha afim.

4 comentários:

Jaime Santos disse...

Na verdade, dá para perguntar aonde estava o dito secretário de Estado com a cabeça (assumindo que tem dois dedos de testa) quando aceitou o convite (ou os deputados do PSD o da Olivedesportos, já agora). Mas, se isso é eticamente reprovável, se nenhuma lei tiver sido violada e não existindo um código de conduta escrito que imponha aquilo que o simples bom-senso aconselharia (e Deus sabe como ele é raro em política), não há razão para demissão...

Ricardo António Alves disse...

Será preciso aferir se a Galp convidou todos os secs. de estado do Governo, incluindo o sec. dos sinais de trânsito e a dos implantes dentários. Se só convidou cirurgicamente determinados titulares de cargos pol´+iticos, isso poderá indiciar tentativa de corrupção.

E porque caraças um sec. vai à bola com viagens pagas por uma qualquer empresa?! Haja cu...

A demissão é a única saída limpa. Por uma bagatela como os cornichos em plenário, o outro foi à vida. Não se demitindo, é mais um boneco que anda para aí.

Jaime Santos disse...

De facto, foi uma bagatela, mas a mim faz-me espécie a cultura de exigência de demissões por dá cá aquela palha. Quem pensa que os Nórdicos são melhores engana-se. Na Alemanha, o Ministro da Defesa e a Ministra da Educação e Ciência (!) tiveram que se demitir porque falsificaram as teses de doutoramento. Na Dinamarca, onde estou de momento, um Ministro do atual Governo foi seriamente criticado por um comité de peritos por falta de ética na redação da sua Tese em Teologia (!), mas não ficou sem o grau e ficou no posto. Uma maravilha! Das duas uma, ou a ética republicana é a Lei, ou se é mais de que isso, então tem que existir um código de conduta claro sobre o que políticos eleitos podem ou não fazer... Por muito que eu concorde que a atitude correta seria o homem cair sobre a espada, basta de queimarmos gente capaz na base de achismos...

Ricardo António Alves disse...

Nunca tive ilusoes em relação aos 'nórdicos', excepto talvez, na menor complacência para com os desvios.

Desde o Pina Moura, pelo menos, que chegámos à conclusão que não chega cumprir a lei. Por outro lado, as leis são muitas vezes redigidas com os buracos necessários para livrar o coiro de quem entra por caminhos mais ínvios.

Quanto ao caso em apreço -- um governante aceitar uma benesse duma companhia com a qual o estado mantém um litígio de milhões de euros, e ainda por cima com o sector que o próprio tutela -- retira-lhe logo o qualificativo de 'capaz'. Só se for capaz de tudo...

E, por outro lado, resta saber se, à face da lei, não haverá aqui um flagrante caso de corrupção, com corruptor e corrompido.

Ninguém quer mais do que eu que o governo triunfe; dispenso, porém, que qualquer dos seus membros se comporte como alguém de uma casta superior, era o que faltava.

E mais, os governantes, em especial os deste governo, têm o dever de dar o exemplo. A não ser que na cabecinha deles se julguem detentores de algum privilégio em relação ao resto da população. Assim como o camarada Hollande: ele de um lado, do outro os desdentados...